Produtos orgânicos estão em alta! Reparem (lá no fundo) na tecnologia para evitar o uso de agrotóxicos.
Foto: Coisas do InteriorArchive for Curiosidade
Medicina Popular
Quem nunca ouviu dizer que cobreiro só cura com reza de benzedeira? Ou que para pedra no rim bom mesmo é chá de quebra-pedra?
Quebra-pedra
É a medicina popular, uma prática muito antiga resultado de uma série de aculturações de técnicas utilizadas pelo português, pelo indígena e pelo negro. Não se baseia apenas em plantas medicinais para prevenir ou curar doenças. Existe também o seu lado mágico, suas ações e orações que o povo utiliza na cura dos males físicos, mentais e espirituais.
Rezas
Conhecido em todo o Brasil, o benzimento é um ritual de cura praticado principalmente nas regiões rurais. Há benzimentos para doenças específicas e outras que servem para qualquer doença.
Benzimento contra cobreiro:
Que tende, Pedro?
Cobreiro, Senhor.
Co que eu curo?
Co ramo de monte
E água da fonte .
A benzedeira deve usar uma faca que vai batendo em forma de cruz sobre o cobreiro, repetindo a reza três vezes durante três dias. Outras fazem o sinal em cruz com um raminho de planta, que na maioria das vezes é de aroeira mansa ou arruda.
Oração contra mal-de-vento-excomungado ou ar brabo: diz-se também o vento passou causando paralisia em alguma parte do corpo:
Vento maldito vento excomungado.
Nosso Senhor não te quer aqui.
Nossa Senhora há de ti tirar.
Nossa Senhora há de ti levar.
Outro tipo da mesma oração:
Vento mau excomungado, vento maldito, vento que Nosso Senhor não deixou no mundo,
Se é na cabeça, São Anastácio tira.
Se é nos olhos, Santa Luzia tira.
Se é no nariz, Santa Iria tira.
Se é na boca, Nossa Senhora tira.
Se é na orelha, São Francisco tira.
Se é nos braços, santa Cruz tira.
Se é no corpo, Senhor dos Passos tira.
Depois rezar um Pai Nosso e 13 Ave Maria
Simpatias
A cura de determinadas doenças com base na força miraculosa de potências sobrenaturais também sempre foi uma constante da medicina popular.
Exemplos:
Para curar terçol
Apanhar a aliança de ouro esfregá-la até ficar quente e passar no terçol três vezes. O terçol desaparecerá.
Para perder a barriga
De manhã ao levantar, antes de iniciar a jornada, encoste a barriga na parede da sala ou cozinha, por três vezes e diga : vai embora barriga. À noite antes de dormir faça o mesmo. Faça esta simpatia por quinze dias. Não se sabe o porquê, mas funciona. Agora se não der certo com você é melhor um exercício abdominal.
Da série Imagens do fim de semana – Parte III
Pipoqueiro da Praça!
Quem de vocês conhece a pipoca de macarrão?!
Você sabia…
… que a fogueira de Santo Antônio é quadrada, a de São João tem que ser redonda e de São Pedro deve ser triangular?
… que a época das festas juninas coincidem com a colheita do milho e os pratos derivados do grão são uma forma de agradecimento pela boa colheita. Dá-lhe milho cozido, pamonha e canjica.
“Crédoudébo?”
Para se comunicar no interior, é preciso muito treino. Muitos falam uma espécie de dialeto e entender nem sempre é fácil. Por exemplo, você está no posto de gasolina e vai pagar, estende o cartão para o frentista e ele te pergunta: “Crédoudébo?” Você se pergunta: “Meu Deus, o que será isso??!!!” Olha para o frentista e ele te olhando como se você fosse muito burro para não conseguir responder logo. Aqueles segundos parecem uma eternidade. Enfim você vê novamente o cartão na mão do frentista, já batendo o pé no chão meio sem paciência e então arrisca um “Débito”! O frentista sai então em direção ao caixa. Você respira fundo, aliviado, pensando Ufa!! Password correto!
Dialeto caipira
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
O dialeto caipira é um dialetoda língua portuguesa falado pelo caipira no interior do estado de São Paulo e em parte dos estados do Paraná, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais e Goiás. Difere acentuadamente do idioma padrão brasileiro em sua estrutura fonológica, sendo algumas características “r” retroflexivo, a ausência de consoantes laterais palatais (lh), que são permutadas pela semivogal “i”, a permutação do “l” de fim de sílaba por “r” (retroflexivo), a ausência dos ditongos “ei” e “ou” (substituídos por “e” e “o”), a apócope ou síncope em palavras proparoxítonas e a aférese em muitas palavras. Possui numerosas expressões próprias, e, ao contrário do que acontece com a língua padrão do Brasil e de Portugal, o plural só é indicado em um substantivo ou adjetivo quando este não é determinado por um artigo, ex.: singular: casa; plural: casas; singular: a casa branca, plural: as casa branca.
DialetosPossui morfologia e sintaxes próprias.Pode ser dividido em quatro subdialetos:
- O primeiro, falado na região sul do estado de São Paulo (região de Sorocaba e Vale do Ribeira), caracteriza-se pela marcação do “e” gráfico sempre pronunciado como fônico. Assim, palavras como “quente” e “dente” possuem o “e” átono pronunciado como /e/ e não como /i/, comum no português padrão do Brasil. Essa é também uma característica do português falado na região de Curitiba, no Paraná.
- O segundo subdialeto é das regiões do Alto Tietê (Jundiaí, Campinas, Piracicaba, Americana, Limeira, Rio Claro, Jaú, São Carlos, Araraquara) e do Vale do Paraíba (São José dos Campos, Taubaté, Guaratinguetá). Caracteriza-se pelos erres retroflexos inclusive em início de sílaba (como em caro, parada) e em dígrafos (frente, crente). Caracteriza-se também pela não-palatalização dos grupos “di” e “ti” fônicos.
- O terceiro subdialeto compreende as regiões norte e noroeste (Ribeirão Preto, São José do Rio Preto) e oeste (Araçatuba, Presidente Prudente, Bauru, Marília) do estado de São Paulo, além de parte do estado do Paraná. Caracteriza-se pelos erres retroflexos só em corda vocálica (final de sílabas), tais como em “porta”, “certo”, “aberto” e palatização dos grupos “di” e “ti” fônicos.
- O quarto grupo corresponde o Triângulo Mineiro e estado de Goiás. Compreende um subfalar com pronúncia tais como o grupo três e com ritmo típico do dialeto mineiro, com elevação do tom nas sílabas tônicas.
Algumas diferenças entre a fala caipira e a norma culta
norma culta | dialeto caipira |
nós (1ª pess. plural) | noi |
alfinete | arfinêti |
falso | fárso |
melhor | miór |
os calmantes | us carmânti |
alvorecer | arvorecê |
você | ocê |
nós fomos | noi fumo |
nós voltamos | noi vortêmu |
Corinthians (clube) | Curíntia |
Palmeiras (clube) | Parmêra |
cigarro de palha | cigarro de páia, picadão |
fósforo | fósfiro, fosfro, forfro… |
Morfologia
Artigos
- Definido: u, a, uz, az
- Indefinido: um, uma, unz, umaz
No dialeto caipira o artigo que determina o número, permanecendo o substantivo inalterado.
Referências
- AMARAL, Amadeu. O dialeto caipira. São Paulo: HUCITEC, 1976.
Da série Curiosidades – Parte 1
Música fúnebre. A cidade pára. Todos saem à rua para escutar. O som vem da igreja, na praça principal da cidade.
“Nota de Falecimento” – uma voz de mulher anuncia – “Faleceu hoje Fulano de Tal, filho de ciclano, sobrinho de beltrano. O velório será no cemitério deste município às X horas”. É dessa forma que toda a cidade de Pariquera-Açu fica sabendo das mortes.
Vista Aérea da praça de Pariquera (www.pariquera.com.br)